Guimarães na Exposição internacional do Rio de Janeiro de 1922-1923

O Pavilhão das Indústrias Portuguesas na Exposição Internacional do Centenário da Independência, Rio de Janeiro, 1923

A grande Exposição Internacional do Centenário da Independência, Rio de Janeiro, 1922, abriu as suas portas no dia 7 de Setembro de 1922. Naquela data, dos catorze países participantes, apenas cinco tinham os seus pavilhões concluídos. Entre estes estava Portugal, que marcaria presença com dois pavilhões. O principal, o Pavilhão das Indústrias Portuguesas, desenhado pelos arquitectos Guilherme Rebelo de Andrade, Carlos Rebelo de Andrade e Alfredo Assunção Santos, foi implantado no princípio da actual Avenida Churchill, fazendo esquina com a Avenida Presidente António Carlos. Os principais elementos que foram utilizados na sua construção foram preparados em Portugal, sendo transportados de barco até ao Rio de Janeiro. O encerramento da exposição estava inicialmente previsto para o final de Março de 1923, mas foi adiado para Julho, por força do atraso da abertura de boa parte dos pavilhões que estavam previstos. A inauguração do Pavilhão das Indústrias Portuguesas teve lugar no dia 21 de Maio de 1923. seria desmontado em 1929 e voltaria a atravessar o oceano, fazendo a viagem de regresso a Lisboa, onde foi reconstruído para acolher a Grande Exposição industrial Portuguesa de 1932. Em meados da década de 1940, passou a receber espectáculos desportivos, com a designação de Pavilhão dos Desportos. Em 1984 foi rebaptizado com o nome do primeiro atleta português que alcançou uma medalha de ouro em Jogos Olímpicos. É o Pavilhão Carlos Lopes.
A indústria vimaranense marcou presença a Exposição Internacional do Rio de Janeiro de 1922, com destaque para quatro produções de Guimarães que foram distinguidas com medalhas de ouro: as fotografias artísticas da Foto-Eléctrica-Moderna, de Domingos Alves Machado, da Avenida Cândido dos Reis (actual D. Afonso Henriques), as fábricas de cutelaria Silva 5, de José Francisco da Silva, do Miradouro, e Moura 35, de José Ribeiro Moura, de Creixomil, e os couros e curtumes de José António de Castro, da rua de Couros.
Páginas da Ilustração Portuguesa n.º 905, sobre a inauguração do Pavilhão da Indústria Portuguesa na Exposição do Rio de Janeiro.
Da presença vimaranense na grande Exposição Internacional do Rio de Janeiro   de 1922-1923 encontrámos notícia no jornal vimaranense Gil Vicente, de 21 de Outubro de 1923:

As indústrias vimaranenses na Exposição do Rio de Janeiro — Prémios de honra 
No grandioso certame que foi a Exposição Internacional do Rio de Janeiro, realizada por ocasião do centenário da Independência e a que concorreram as indústrias da nossa terra foram premiados os seguintes expositores vimaranenses. 
Domingos Alves Machado, proprietário da Foto-Eléctrica-Moderna, classificado fotografia artística, —medalha de ouro.
José Francisco da Silva, cutelaria marca 5, com fábrica no Miradouro, —medalha de ouro.
Joaquim Ribeiro Moura, cutelaria marca 35, — medalha de ouro.
José António de Castro Guimarães, couros e pedes curtidas —medalha de ouro.
Estas justíssimas classificações são o orgulho maior dos nossos Industriais que, na Exposição Industrial e Agrícola Concelhia, mostraram ao país o valor da nossa terra de nobres tradições históricas e de trabalho.
Dove ser um estímulo a prosseguir na obra encetada, para bom nome de Guimarães e para maior expansão das nossas indústrias.
O “Gil Vicente” saúda os industriais premiados.
Gil Vicente, Guimarães, 21 de Outubro de 1923


No seu estudo sobre Guimarães nas Exposições Nacionais e Internacionais ("Curiosidades de Guimarães", XV, Revista de Guimarães, n.º 63, 1953, p. 428), apenas indica os prémios atribuídos aos industriais de cutelarias (registando que a medalha atribuída à firma Silva 5 seria de prata, e não de ouro, o que está conforme com o que se lê no Jornal das Taipas, de 25 de Outubro de 1923), nada dizendo acerca da restante representação vimaranense no certame do Rio de Janeiro de 1922-1923.

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