Sarmento: efeméride tripla

Francisco Martins Sarmento (1833-1899)
Quando fazemos o inventário das personalidades mais marcantes de Guimarães, da sua história, da sua cultura e do seu imaginário, pensámos, primeiro, em Afonso Henriques e, logo a seguir, em Francisco Martins Sarmento. O arqueólogo que desvendou a Citânia de Briteiros personifica a viragem que se deu em Guimarães a partir do último quartel do século XIX, em que a cidade se insufla de auto-estima e dá início à sua caminhada, a passos firmes, rumo à modernidade. Se Afonso Henriques é a figura-símbolo da fundação de Portugal, Martins Sarmento personifica a refundação de Guimarães, com uma nova atitude perante os poderes constituídos que se pode exprimir com o que escreveu em 1884 para o número único do jornal A Indústria Vimaranense, que assinalava a abertura da para sempre memorável Exposição Industrial de Guimarães:

...e pela nossa parte aconselharíamos os nossos compatrícios a acabarem por uma vez com o papel de suplicantes. Quando os governantes, como o tiranete antigo, têm as orelhas nos pés, o pedido, ainda o mais justo, obriga a uma posição humilhante.
O que temos a fazer é coisa muito diferente.

10 de Julho é uma data em que se relembra Francisco Martins Sarmento em dose tripla:


Passaram-se exactamente 20 anos, até ao dia em que Sarmento iniciou a exploração sistemática da Citânia de Briteiros, momento fundador para a arqueologia portuguesa.

O terceiro momento desta rememoração acontece precisamente 30 anos depois do início das escavações em Briteiros: no dia 10 de Julho de 1904 procedeu-se à trasladação dos restos mortais do arqueólogo do cemitério da Atouguia para o seu jazigo em S. Salvador de Briteiros.

Três vivas a Martins Sarmento!

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